sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Uma Homenagem a Nélio Soutto


Cruz do Mundo
                               A Nélio Souto

Eu não serei a cruz do mundo.
A cruz que salva.
Não serei.
A cruz pesada nos ombros de meu amigo.
Comprimindo em toda dor seu coração imenso.
Serei menos ainda.

Estarei por aí a questionar quando enxergar.
Enquanto escuridão, a me enganar.
Em todas as cavernas que estive.
De quantas saí?

Onde nasci vi gente que clarificava a vida.
Apalpando-a.
Senhor nos proteja da cegueira.
Besta e contínua.

Transpiro.
Vou me derretendo.
Depois de ter feito o possível embelezar.
Um ipê pingando suas flores.
Imensos cogumelos das minhas avenidas.
Deveras, o fim da primavera não serei.

Mais um gol.
Nada mais se cessa.
Nova esperança neste mundo cinza.
Um parto grito.
Um parco mito.
__ Mais um gol pra essa gente meu Deus!

 JFCNeto 09/09/12

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