Kon ban wa a todos vocês meus caríssimos da Lista
Futebolística.
Aos que não sabem, o Japão é
demais!!!
Eu , Amanda e nosso Pedro
adoramos o país. Foi uma viagem deslumbrante e inesquecível. O povo é super
educado e as novidades surgem a todo o momento. Realizamos um sonho e quando
der voltaremos.
Falando das terras de cá.
O mineiro, sim, o ser ou povo
mineiro, tem certos comportamentos que deixam explícito o rancor pelo não
reconhecimento midiático. Somos cheios de orgulho da nossa terra e costumes,
daí temos uma mágoa escancarada dos meios de comunicação nacionais pelo pouco
caso que se faz em rede nacional de Minas.
No entanto, nossa mágoa
escancarada é escancarada ao modo mineiro. Cheio de ironia e prontidão. O
mineiro é sarcástico. Quem já deu a sorte, ou azar, de conversar com um velho
mineiro praticante da sátira mineira sabe do que estou falando. Ele é capaz de
te levar na conversa tirando um sarro enorme da sua cara.
Ontem, no Mineirão, a torcida
mostrou mais uma vez o que falo. Pra começar, aqui sempre se vaia o trio de
árbitros antes dos jogos e até mesmo na volta do intervalo. Uma demonstração da
antipatia histórica pelos homens de preto; justifica-se pelos inúmeros jogos em
que Atlético e Cruzeiro foram prejudicados ao longo dos anos. O Galvão Bueno é
persona non grata no Mineirão. Acho até que se andasse pelos corredores do
estádio seria facilmente agredido.
A seleção brasileira, símbolo da
CBF, não passa em branco aqui se não jogar o fino da bola. Ontem, num dia em
que ninguém jogou nada, o time foi vaiado quase o tempo todo. Gritaram olé para
o time chileno, que sempre foi um adversário simpático e bom de enfrentar num
momento de crise para elevar o moral. Eles têm bom futebol, mas não causam o
drama de uma Argentina ou um Uruguai. Ontem a fórmula não deu certo e o mais
justo seria uma vitória chilena em pleno Mineirão bonitão preparado para Copa
das Confederações. Os repórteres da Globo comentaram o fato das vaias ao Neymar
justamente no lugar onde foi aplaudido por uma torcida adversária. Eles não
conhecem nada de Minas. A torcida azul não ovacionou o craque porque ele veio
aqui e acabou com o jogo, eles estavam vaiando às avessas o próprio time, que
tomava um sapeca-iá-iá em casa.
Só sei que eu continuo apostando a caixa de
Heinenken que perderemos a copa aqui no quintal de casa.
Das coisas que não tenho
expressividade para detalhar:
Fiquei preocupado porque depois
que saí do Brasil o Galo perdeu e arranjou uma pedreira na Libertadores, no
entanto, de qualquer jeito seria pedreira;
Passei no Canadá e lá faz um frio
danado;
O país é bonito, mas, pasmem, não
existe prioridade para gestantes;
Tive um problema danado com as
máquinas no Japão;
Numa máquina de Coca Cola enchi
com chá um copo de 500 mL, os japas riram de mim;
A Amanda descobriu como a máquina
funcionava e me ensinou;
No outro dia me senti o tal ao
tentar ajudar uma dona chinesa a resolver o problema com a bendita máquina.
Peguei o copo da mão dela, num ar professoral, e ela me olhou estranho. Ia ser
minha redenção se a máquina não tivesse acabado o refrigerante na hora. Devolvi
o copo pra senhora num ar de sinto muito e ela continuou me olhando estranho;
No café da manhã, numa máquina com
cinco botões, enchi um copo com chá, um com leite, um com água quente e outro
com capuccino. Eu queria café, só isso;
Deixei os copos cheios ao lado da
máquina e saí da fila com vergonha;
A Amanda foi até a máquina e
percebeu que ao lado da escrita japonesa estava também escrito em inglês;
Daí apertou o quinto botão e
pegou o café para mim;
No corredor do hotel, onde tinha
uma máquina de refrigerantes e em frente a ela uma de gelo, me inclinei para escolher
o refrigerante e ouvi o barulho dos cubos de gelos caindo. Estranhei me
recompondo e pensando que a máquina estava com problemas. Daí me inclinei
novamente para por as moedas e escolher o refrigerante quando a máquina de gelo
disparou uma metralhadora de cubos de gelo;
Após pegar meu refrigerante
percebi que quando me inclinava encostava o traseiro no sensor da máquina de
gelos. Quase enchi o corredor do hotel de gelo. Que vergonha e coragem de
contar isso;
Em outro hotel apertei sem querer
o botão de emergência do banheiro e fiquei com receio de apertar novamente e o
BOPE japonês invadir o quarto. A Amanda resolveu pra mim;
Fora essas, as outras máquinas
são ótimas. O metrô, o trem bala, os carros, as máquinas de bilhete e trocar
dinheiro, os ônibus e, principalmente, a privada (olha o painel na foto). Usar
uma privada japonesa é como ser um andróide, um lado muito íntimo seu passa a
ser meio máquina;
Enfim, não vou detalhar.
Grande abraço a todos vocês meus
caríssimos. Arigatogozaimashita!
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