Boa noite a todos vocês meus caríssimos da Lista
Futebolística.
Não escrevi ontem pelo placar do chamado superclássico, mas
sim porque estava cansado e saltitando os canais da TV no meu sofá. Nessa
atividade deparei-me com o cardápio sessão trash de domingo. Parei em qual programação?
Na mais trash e psicodélica de todas. O programa do Sílvio Santos.
“Oi, dançando”.
Naquela plateia de seres pra lá de estranhos são julgados os
calouros mais estranhos ainda.
O homem de terno com microfone (juro que vou procurar um
daqueles na Cia do Terno) perguntou a sua plateia sedenta por aviãozinhos:
_ Quem aqui é hipocondríaco?
Um silêncio na plateia. Aí o Abravanel percebeu que o nível
da pergunta estava alto, disse:
_ Quem aqui sabe tudo de doença?
Não faltaram braços das senhoras para o ar. Chamou uma delas
e perguntou:
_ O que faz um oftalmologista?
_ Cuida do ouvido. Respondeu a dona.
É ou não é demais?
Aí me aparece no palco, sob muitos aplausos; Ary Toledo.
O anedotista da corte de Dom João VI com seus anos de piadas
sem a menor graça. Minha memória escavou a lembrança da televisão Telefunken
que foi a janela do conhecimento na minha infância. Aquela TV grande, pesada,
colorida, com botões, um controle de volume que deslocava na horizontal e que
nunca, nunca teve uma imagem decente.
Bem, para limpar minha barra diante de tantos detalhes da
confissão de estar assistindo ao homem do carnê do baú – que agora oferece
produtos Jequiti – vou colocar a culpa na Amanda. Ela adora o quadro do
Roda-roda, aquele que as donas rodam a roleta e tentam descobrir a palavra
secreta, e fica pedindo minha ajuda. Lembrei! Na década de 80 se chamava
Roletrando. Tinha a Porta da Esperança, o Peão e o melhor de todos: o Show de
Calouros.
Êita eu que já passei dos trinta...
Pois bem caríssimos, se a culpa de eu assistir à nossa
programação deprimente dos domingos é da Amanda. A culpa pela sapatada que o
Cruzeiro deu no Galo também é.
Vou revelar o segredo. Pedrinho tem um par de sapatos do
Atlético e em todos os jogos da Libertadores a Amanda o pôs no menino. Eu
falava com ela:
_ Não esqueça do sapato que tá dando sorte.
Embora não acreditasse na minha bobagem, depois do título do
Galo ela levou a sério e, segundo confissão, mudou o ritual e colocou o pé
esquerdo primeiro. Pronto, o Cruzeiro se beneficiou enormemente do sapato da
sorte da Libertadores.
Falando quase sério, ficou barato para o Galo. Entrou em
campo com um time misto de reservas com juniores (todos de ressaca) e tomou um
sarrafo dos celestes. O time azul não quis nem saber se tinha gente com cabeça
doendo ou garganta seca pelas noitadas e fez o que tinha que fazer, partiu para
cima e encaçapou 4 a 1. Ainda chegou à liderança e certamente lutará por
posição mais honrosa neste ano.
Por fim, ficou todo mundo feliz nesta semana em Minas Gerais.
Os alvinegros pelo título da Libertadores e os celestes pela vitória com
goleada no clássico.
Quem disse que enquanto um ri o outro tem que chorar?
Instauramos o Marxismo futebolístico no Mineirão.
Das coisas que coisam minha cabeça:
- O Para Francisco fez discursos muito humanos;
- Francisco é carismático, simples e latino;
- O Dilmo não apareceu na cerimônia de despedida do sumo pontíficie;
- Acho que a lembrança da última vez que falou ao público com uma autoridade mundial conteve a presidenta;
- Juro pra vocês, eu adora escrever PRESIDENTA;
- O problema é que sempre erro a última letra;
- Em 2009, na semana da final da fatídica Libertadores, houve um clássico também;
- O Cruzeiro entrou com um time reserva e foi derrotado por 3x0;
- Ainda bem que desta vez o jogo foi depois da final.
Grande abraço a todos vocês meus caríssimos.
Um comentário:
A mandinga do sapato do Pedro não é só para a Libertadores? Não vale para o Brasileirão, oreia.
Vamo que vamo...
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