terça-feira, 26 de novembro de 2013

Barro Verde
A Adélito Barroso

Disse o Noslin:
_ Não esqueça Joãozinho: o homem veio do barro.
E foi do barro pouco reduzido.
Que um homem proparoxítono e fazedor de pedras.
Quis me convencer de uma canseira mineira.
Essa canseira boa de gente que enche o tempo com coisas boas.

_ Vem cá menino. Por que você escreve?
Como se soubesse a causa do amarelar do milho verde.
A resposta na ponta da língua, na ponta dela ficou.
Quando tiver tempo e importância.
Volto pra gente amassar barro, molhar anzol e linha, palavrear...
Nessas histórias bestas que contamos.

Não adianta meu amigo.
Como se esconder quando ninguém se enxerga mais?
Nos nossos dias da cegueira.
Dentro cá de nossas transparências.
Nem todo o barro dos brejos do mundo.
Vai ser capaz de te esconder.

E até a próxima, passo o dito!
Enxergar neste mundo é uma das coisas boas que a gente bobeia e não vê.






JFCNeto 26/11/2013

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